O processo de delegação é sempre um processo doloroso, pois aumenta o nível de risco que, às vezes, os líderes não estão preparados para gerir. Mas qual o preço a pagar por não atribuirmos responsabilidades e darmos autonomia às nossas equipas?

Enquanto líderes, temos de criar sistemas para que todas as funções sejam bem desempenhadas, mesmo na nossa ausência. Para tal, devemos treinar as pessoas de acordo com o sistema e controlar.

O processo de sistematização consiste em testar um procedimento, ou seja, realizar a tarefa uma vez e documentar todo o processo para que todos os que passem naquele local possam reproduzi-la com o mesmo nível de qualidade. Passa por testar e medir o resultado até encontrar a fórmula adequada, e depois estabelecer um mecanismo de controlo do próprio procedimento. Se tudo tiver sido testado antes, será muito mais fácil corrigir eventuais falhas futuras.

Em momento de operação normal, a posição do responsável deve ser gerir a equipa, organizá-la, dar-lhe as ferramentas necessárias, garantindo a metodologia e sistematização, o ritmo de execução e o controlo dos indicadores.

É absolutamente fulcral delegar. E isso implica ajudar as pessoas a executar a tarefa autonomamente até ao fim. Devemos fazê-lo mesmo que nas primeiras vezes elas cometam alguns erros. Se tentarmos salvar do erro os nossos colaboradores, ou os punirmos gravemente, nunca teremos colaboradores de excelência. É preciso acompanhá-los ao longo do processo e garantir que não há falhas de interpretação que os impeçam de atingir os objetivos.

Tal como nos acontece em casa com os nossos filhos, muitas vezes é-nos mais fácil fazer algo por eles do que pedir-lhes que o façam, e que corrijam quando está mal feito. Todo o processo de pedir, verificar se está bem feito, explicar como deveria ter sido feito e pedir-lhes que seja feito novamente da forma correta faz com que pareça mais produtivo fazê-lo nós próprios logo bem à primeira. Mas o que irá acontecer da próxima vez que eles tenham de fazer aquela tarefa? Nas empresas esta mesma atitude acontece imensas vezes!

Enquanto líderes, devemos criar nos nossos colaboradores o hábito de pensar. Só assim conseguiremos que as pessoas se envolvam e procurem soluções para os problemas.