Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
A 27 de janeiro de 1945 deu-se a libertação do Campo de Concentração e Extermínio Nazi de Auschwitz-Birkenau, na Polónia.
Lembro-me bem da terrível e triste lembrança da minha visita em 2016 ao Campo de Concentração e Extermínio Nazi de Auschwitz-Birkenau, na Polónia.
Logo na entrada, já nos deparamos com aquela vista clássica do portão de metal, sobre o qual há os dizeres “Arbeit Macht Frei” (“O trabalho liberta”). A frase mais irónica que o mundo conhece.
A manhã ainda estava fria, cinzenta e com um pouco de nevoeiro, contribuindo para criar uma atmosfera ainda mais densa e triste. Ainda me lembro dos arrepios que senti a percorrer aquele lugar de morte.
O lugar ainda tem cheiro a morte e extermínio, não é bom de se sentir, mas todo o mundo deveria visitar e sentir os horrores vividos naquele local, para que nunca mais se possa repetir tal atrocidade em qualquer parte do mundo.
O Bloco 4 e o 5 foram, creio, os mais chocantes. O Bloco 4 aborda o processo de extermínio dos prisioneiros, que por si só já é deveras pesado. Há fotos (raras) das vítimas, um modelo do vagão de carga do comboio que transportava as pessoas até ali (em condições deploráveis) e uma maquete imensa de uma câmara de gás e crematório.
Há também uma urna com cinzas humanas recolhidas nas proximidades dos crematórios, além de inúmeras latas de Zyklon B, o pesticida utilizado para gerar o gás letal.
O Bloco 5 não foi muito mais suave do que o anterior. Ali, havia sapatos (MUITOS sapatos), malas (com os nomes das famílias nelas escritos…), escovas de cabelo, escovas de barbear, óculos, latas com graxa para sapatos, louças, panelas, bacias, bules, talit (xale judeu para oração), roupas de crianças, próteses ortopédicas e muletas (pessoas com deficiência física eram levadas diretamente à câmara de gás), e outros itens de uso doméstico e pessoal.
Enfim….
O que se pode perguntar, passados mais de 75 anos depois daquela loucura de morte, é se ainda é possível continuar a acreditar no homem e nos valores da civilização!
(Camara de gás – Auschwitz)
Não há outro lugar na Terra onde mais judeus, polacos e ciganos tenham morrido como resultado de métodos criminosos num tempo tão curto e num espaço tão limitado. O solo dos campos de Auschwitz e Birkenau constituem o maior cemitério do mundo num lugar de genocídio.
O propósito deste dia é não deixar cair no esquecimento o assassinato deliberado em massa de seis milhões de judeus pelos Nazis e respetivos colaboracionistas. Este constitui um dos maiores crimes contra a Humanidade de que há memória.
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